o que intersseccionalidade ambiental, gênero e feminismo têm em comum?

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mulher segurando uma bandeira que diz:

No mundo acadêmico, fala-se do termo de interseccionalidade no aspecto ambiental, de gênero, étnico e até envolvem o feminismo. Isso porque, depois de muitos estudos, ficou claro que grupos específicos são afetados de formas diferentes pela mesma crise ou podem ter desvantagens pela junção de duas ou mais características. Complicou, né? Te ajudamos! A gente vai te explicar tim-tim por tim-tim.

o que é intersseccionalidade?

A intersseccionalidade é o encontro de várias ideias, vários assuntos, em um ponto em comum[1]. Pode ser o encontro de discriminação, dominação, opressão e sobreposição de identidades.

Por exemplo, no trabalho, uma mulher negra é esterotipada pelo seu gênero (feminino) e etnia (negra). Por mais que sejam círculos de discriminação e opressão independentes (gênero e etnia), eles se encontram em uma única pessoa. Isso é intersseccionalidade!

ela é boa ou ruim?

Ela é a voz para se levantar contra várias opressões, então, sim, por um lado, ela trazer força para a luta contra as discriminações! Ela é boa!

Muitas vezes focamos em um problema social ao nível macro, machismo/ feminismo, mas esquecemos de olhar os pormenores: mulheres solteiras, mulheres casadas, mulheres brancas, mulheres negras, mãe solo ou mãe solo negra, e outras condições.

quais os principais tipos de intersseccionalidade?

A interseccionalidade pode unir um ou mais tipos de discriminação: ambiental, étnica, religiosa, de classe social, gênero, estado civil, orientação sexual e diversidade funcional, por gravidez ou paternidade.

Intersseccionalidade ambiental

Hoje, já é possível entender que nossas escolhas e estilo de vida impactam diretamente o planeta terra, né, amores? Os impactos ambientais provocam danos na sociedade, mas para uma parcela *específica* da sociedade ela é sentida com maior intensidade. Amiga, tá confusa? Calma que a gente trouxe alguns dados para tangibilizar:

  • Segundo a OMS, o maior índice de mortes pela poluição do ar é das pessoas mais pobres;
  • As regiões periféricas têm o pior índice de tratamento de esgoto no Brasil (Instituto Trata Brasil);
  • As comunidades indígenas e os pequenos agricultores são os primeiros a terem suas terras atingidas pelas queimadas.

O Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) — órgão de maior autoridade do mundo em ciência do clima — publicado na última semana, comprova que o motivo por trás do aquecimento global é a emissão de gases de efeito estufa causada por nós. Neste sentido, vemos que as nossas ações impactam o meio ambiente de alguma forma.

de onde vêm os maiores impactos ambientais?

Os maiores impactos ambientais são fruto da exploração florestal, agricultura, mineração, produção de energia, construção civil (estradas e cidades) e construção industrial (química e metalúrgica).

Segundo levantamento do Fiquem Sabendo, as regiões mais nobres de São Paulo produzem em média 489kg de lixo domiciliar por ano, enquanto as regiões periféricas produzem 216kg, ou seja, menos da metade. Essa disparidade não se dá só no Brasil: o 1% mais rico da população mundial emite o dobro de gases do efeito estufa comparada à metade mais pobre do planeta (Oxfam).

Se por um lado as comunidades vulneráveis estão sofrendo as maiores consequências da crise climática, os mais privilegiados são os maiores responsáveis pela situação em que nos encontramos.

existe solução para a intersseccionalidade ambiental?

Amiga, ainda não existe receita de bolo que resolva esse problema da noite pro dia (seria tão bom, né?) mas existem algumas ações importantes para lutarmos pela justiça climática:

  • Reconheça o problema: sempre que houver um problema relacionado à crise climática, busque dados sobre quem foram os mais impactados diante disso e como ajudá-los!
  • Escute quem nem sempre tem voz: entenda seu lugar de escuta e comece a apoiar o lado mais vulnerável dessa batalha;
  • Confie nas soluções locais: mesmo que seja um problema de nível mundial, cada localidade é particular e tem suas características e limitações específicas.
  • Apoie quem trabalha com sustentabilidade: ao invés de gastar com uma viagem qualquer nas suas férias, apoie o turismo sustentável do Brasil;
  • Cuide da sua quantidade de resíduos: deixe de usar itens descartáveis! Use moda ecológica, tenha maior atenção às embalagens dos alimentos que consome, fique atenta às suas práticas do dia-a-dia! 

De pouco em pouco chegamos lá viu?

Interseccionalidade de gênero

Você já percebeu que um mesmo emprego pode ser remunerado por diferentes valores? Por exemplo, quando analisamos a disparidade salarial entre homens e mulheres no Brasil, vemos que existe uma desigualdade entre os gêneros.

Em 2021, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE chegou a conclusão que a mulher ganha 20% a menos que os homens. Mas essa desigualdade é ainda maior quando comparamos o salário de homens brancos e mulheres negras. Chega a ser incrédulo.

Segundo as pesquisas do Instituto Insper [2] divulgados na revista Uol Economia, o salário de um homem branco pode ser até 159% maior que de uma mulher negra. Olhe os números: o homem pode ganhar R$7.892,00 ao passo que mulher recebe R$3.047,00 com o mesmo nível de formação.

quais os impactos da diferença salarial?

Com base nos dados da pesquisa de Thais Barcellos, é como se as mulheres trabalhassem 74 dias de graça até outubro! Enquanto os homens têm uma jornada de trabalho e ganham mais, a maioria das mulheres possui uma jornada dupla ou tripla. E, o mais intrigante, não é um problema isolado.

A mulher estuda, se profissionaliza e especializa com os mesmos ou mais cursos que o homem. É mais produtiva no serviço. Chega em casa, cuida dos filhos e dos afazeres domésticos. Ainda assim recebe menos.

a intersseccionalidade faz parte do feminismo?

A sua luta é mais sobre você ou alcança todas de verdade? O feminismo é para todo mundo? Pois bem. A intersseccionalidade faz parte, sim, do feminismo e revela que devemos lutar como uma unidade, com o objetivo de garantir o acesso pleno à direitos por todos e todas.[3]

As diferentes vertentes do feminismo mostram que é possível levantar uma bandeira, mas sem deixar de lado o propósito.

como entender melhor o feminismo?

Os 3 pilares são igualdade política, cultural e social. A luta já está em vigor há muitos anos. Contém personagens históricas, revolucionárias e muuuito fortes. Recomendamos que conheça a história das mulheres feministas famosas e o que elas fizeram.

"Eu decidi que não há nada de errado em se considerar feminista. Então, eu sou uma feminista e todas nós deveríamos ser feministas, porque feminismo é uma outra palavra para igualdade." Malala Yousafzai

Intersseccionalidade de etnia

A intersseccionalidade e etnicidade estão intrinsecamente relacionadas, pois influenciam na percepção dos julgamentos, constituições de direitos, e marcação de violações jurídicas e psicológicas.

Ficou difícil? Calma! Já ouviu aquela frase "cada caso é um caso"? Ela é muito utilizada nos tribunais, afinal, os fatores étnicos podem ser utilizados para descredibilizar ou legitimar uma ação.

Um exemplo comum: uma mulher negra estrangeira em um país majoritariamente branco e xenofóbico. Nesse caso, ela intersecta os preconceitos de etnia, gênero e nacionalidade.

Veja também: expressões preconceituosas usadas hoje para você abandonar

As interseccionalidades ambiental, étnica e de gênero são as mais latentes atualmente. Isso não descredibiliza as demais lutas, ok? Por exemplo, a intersseccionalidade de orientação sexual nos mostra a importância da visibilidade trans e como o grupo LGBTQIA+ ainda sofre preconceitos na atualidade.

Sim, amores… é muito importante entendermos como tudo está interligado e faz parte de um sistema maior do que imaginamos! Por isso, é tão importante estarmos sempre com as anteninhas ligadas e percebendo como nossas atitudes estão afetando quem está perto de nós.

Então, na próxima vez que você fizer uma escolha pelo bem, saiba que também estará impactando positivamente ou negativamente em um círculo social!

Separamos mais um conteúdo bem legal para você ler sobre isso. Veja também: 9 movimentos contemporâneos que nos honram.

[1] AKOTIRENE, C. Interseccionalidade. [s.l.] Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.

[2] RIBEIRO, B.; KOMATSU, B.; MENEZES-FILHO, N. Diferenciais Salariais por Raça e Gênero para Formados em Escolas Públicas ou Privadas. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.insper.edu.br/wp-content/uploads/2020/07/Policy-Paper-45.pdf>.

[3] MOLINIER, P. Cuidado, interseccionalidade e feminismo. Tempo Social, v. 26, p. 17–33, 1 jun. 2014.


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  • Lyz Soares Melo

    Sempre engajada a Pantys se agregou a menstruafome agora a menstruaambientação. Gosto de campanhas, que chamam atenção da população, e tbem, mostram através de suas empresas. Sou determinada, faço também e mostro em família, em casa, e na empresa. Onde compro , vejo a sustentabilidade e o engajamento sempre. Obrigada Pantys por deixar toda minha família feliz, segura, incentivada, educada, e sempre ambientada!!


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