a dúvida que não cala: é possível engravidar menstruada?

Sim, é possível engravidar menstruada. Mas calma, respira fundo, amiga! As chances são baixíssimas, principalmente se você tiver um ciclo menstrual regulado. Por isso, é tão importante conhecer muito bem o funcionamento do corpo, bem como todas as fases do ciclo menstrual.

Neste texto vamos juntinhas nessa jornada de autoconhecimento para esclarecer essa dúvida que tira o sono de muitas mulheres: qual a chance de engravidar menstruada e como isso acontece. Ah, vale citar que para ajudar responder esse tema tão polêmico, contamos com a ajuda da ginecologista Larissa Chrispim. Vamos lá?

Assim como muitas outras coisas do nosso corpo, principalmente aquelas que envolvem menstruação, tudo é muito relativo. Ou seja, as chances de engravidar menstruada no primeiro dia da menstruação ou em qualquer outro depende de váaarios fatores.

Pelo fato do endométrio já estar se desfazendo, não há condição para o desenvolvimento do embrião. Até aqui, tudo certinho? Ótimo! É justamente por isso que engravidar menstruada depende de:

Autoconhecimento é essencial para nós que temos um universo poderoso de funções no nosso corpo. Tratando-se de evitar a gravidez, o autoconhecimento é mais importante ainda. Isso porque você deve saber diferenciar escape menstrual da real menstruação.

Por causa desse sangramento fora de hora, podemos acabar fazendo sexo desprotegido durante o período em que nosso sistema reprodutor está funcionando super a favor da fecundação — o período fértil — resultando em uma gravidez.

Para não correr o risco dessa confusão acontecer, é preciso ficar de olho no seu ciclo menstrual. Primeiro você deve saber a duração dele (que pode variar entre 24 e 36 dias) e a duração da menstruação. O período fértil acontece aproximadamente 14 dias após o fim da menstruação.

“Além disso, é muito importante diferenciar ciclo menstrual (o primeiro dia de uma menstruação até um dia antes da próxima menstruação) do período menstrual (período que ocorre a menstruação)”, alerta a ginecologista Larissa.

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Sabendo que nem todo sangramento vaginal é menstruação, a gente também precisa entender quais são as possíveis causas dessas oscilações hormonais, afinal, estas mudanças podem fazer a ovulação chegar antes e aí, as chances de engravidar menstruada são maiores. Dá só uma olhada nos principais fatores:

• estresse

• ansiedade

• oscilação de peso

• excesso de atividade física

• doenças na tireoide

• consumo de esteroides

• consumo de medicamentos antipsicóticos.

Vale pontuar que isso não é uma regra, tá? Apenas um ponto de atenção para possíveis alterações no seu ciclo.

Você sabe que estamos juntas, certo? É por isso que contar todas as possibilidades é importantíssimo pra gente, não escondemos nadinha de você. Pensando nisso, é muito bom pontuar o tempo de sobrevivência dos espermatozoides.

Existe a baixa possibilidade doespermatozoide sobreviver no útero por até 7 diase, em casos bastante comuns e mais frequentes, sobreviver por 5 dias. Então, se o seu ciclo for curtinho, o seu período fértil pode começar quando os espermatozoides ainda estão lá dentro.

Apesar de ser algo raro, já ouvimos por aí casos de mulheres que engravidaram ao transar menstruada. Pode até ser por causa dessas histórias urbanas que nossas mães, avós, amigas e primas contam que surgiu a dúvida se é possível engravidar menstruada ou não.

Na verdade, além de escapes de sangue durante o período fértil ser confundido com menstruação, o que pode acontecer é a sua ovulação ser antes do fim exato da menstruação. Isso é raro, mas pode ocorrer em mulheres que têm um ciclo menstrual bem curtinho, deixando a “janela da fertilidade” mais próxima do fim do sangramento.

Se as chances de engravidar menstruada ao transar sem nenhum método contraceptivo já são baixas, as chances de engravidar tomando anticoncepcional são ainda menores, principalmente se for um método hormonal — que atuam diretamente na duração e regulação do ciclo.

Além do anticoncepcional, há outros métodos contraceptivos hormonais, como:

• Injeções contraceptivas;

• Adesivos com hormônios contraceptivos;

• Implante de progesterona no braço;

• DIU hormonal.

Informação é poder! Todo mês nosso corpo se prepara para uma possível fecundação: uma gravidez. Quando não acontece, o corpo descama.

Em termos técnicos: depois do período fértil, quando um dos óvulos maduros sai do ovário em direção ao útero, é formada uma espécie de parede na parte interna do útero, o endométrio. Essa camada é feita para nutrir o óvulo fecundado após a relação sexual.

Quando o óvulo não é fecundado ou usamos algum método contraceptivo que atrapalhe, as paredes precisam se descolar do útero e são eliminadas na menstruação. Esse processo é o que, inclusive, pode causar as famosas cólicas menstruais.

Por causa do desprendimento dessa paredinha interna do útero, o embrião (estágio após a fecundação e antes da formação de um feto), não tem um lugar para ficar. Isso porque as paredes do útero já começaram a ser eliminadas na menstruação.

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• É possível engravidar menstruada, sim, mas as chances são muito baixas;

• Mulheres com ciclo menstrual mais curto têm mais riscos de engravidar menstruada;

• Os espermatozoides podem permanecer por até 7 dias no útero e fecundar após a liberação do óvulo;

• Os dias menos férteis do seu ciclo são antes da menstruação, mas isso não anula os riscos.

Agora você já sabe que, embora as chances sejam pequenininhas, é possível engravidar estando menstruada. Por isso, tome alguns cuidados. É importante consultar um médico para usar o melhor método contraceptivo para o seu perfil, afinal, cada uma de nós tem necessidades e corpos únicos.

Além disso, é fundamental se proteger mesmo menstruada, ok? Além dos métodos que comentamos acima, estamos falando também da camisinha. É ela quem vai te proteger de infecções sexualmente transmissíveis.

Então, carregue sempre uma calcinha absorvente com você, analgésicos prescritos pelo seu ginecologista para cólicas e métodos contraceptivos. Vamos cuidar umas das outras, combinado? <3

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MOREIRA, S. DA N. T. et al. Estresse e função reprodutiva feminina. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 5, p. 119–125, 1 mar. 2005.

‌GASPERINI, M. I. P. Sangue e sexo Menstruação e comportamento sexual. Revista Brasileira de Sexualidade Humana, v. 10, n. 2, 14 nov. 2020.

‌BACCARAT DE GODOY MARTINS, C. et al. SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA: MITOS E TABUS. Ciencia y enfermería, v. 18, n. 3, p. 25–37, 2012.