precisamos falar sobre burnout, a síndrome do esgotamento profissional

Ilustração de mulher de perfil com olhos fechados, segurando uma xícara de café sobre a mesa que possui diversos livros e anotações por toda parte.

Você já ouviu falar de burnout, amiga? É um distúrbio psíquico cada vez mais comum, caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresse crônico provocados por condições de trabalho desgastantes. Não é a toa que a tradução literal da palavra significa "queimar-se por completo", se considerarmos a sensação de esgotamento físico e mental que a síndrome provoca!

Com a pandemia, a pressão existente no trabalho acelerou (e muito!) o nosso ritmo: mais tempo trabalhando para dar conta de uma excessiva carga de trabalho. Acrescentando na equação o fato de culturalmente associarmos tempo ocioso como tempo desperdiçado, a síndrome de burnout encontra terreno fértil para minar por completo nossa saúde.

Um cenário bem diferente do que você encontra por aqui, hein! Com informações completas e seguras, nós preparamos um post especial para entendermos juntas o que é Burnout, como é possível identificar seus sintomas, quais os tratamentos mais indicados para essa síndrome e a que se refere o Burnout Holiday. Vamos lá, lindeza?

o que é síndrome de Burnout?

A primeira vez que o termo surgiu foi pelo trabalho do psicólogo alemão-americano Herbet Freudenberger, em 1974, quando percebeu que havia um esgotamento profissional entre os voluntários de uma clínica para viciados e moradores em situação de rua.

Muitos deles estavam desmotivados e emocionalmente desgastados, mesmo que seus trabalhos fossem gratificantes. De lá para cá, muita coisa mudou tanto no cenário trabalhista quanto na disposição das pessoas em derrubar certos tabus! Se antes abordar o burnout era quase falar grego — e até mal visto dentro do universo corporativo —, agora, a temática é imprescindível se quisermos pessoas mais felizes dentro de seus ambientes de trabalho.

Em 2019, a bandeira da saúde mental foi fincada: a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu o burnout como uma síndrome ocupacional. Não estávamos mais falando de algo etéreo, mas sim de uma condição que se alastra por todo o mundo — e que deixava marcas.

Se olharmos para mulheres e suas jornadas às vezes tripla de trabalho, então, a situação fica ainda mais preocupante. Uma pesquisa da International Stress Management Association (Isma-BR) estima que 32% dos trabalhadores no País sofram de burnout — algo parecido com mais de 33 milhões de brasileiros. Estamos à frente de americanos e chineses no ranking global. Só ficamos atrás dos japoneses — onde 70% da população padece da síndrome.

A síndrome de burnout não exige notificação compulsória e por isso, no Brasil, ainda não conseguimos dizer com precisão quantas pessoas já sofrem com ela. Mas basta que olhemos para o lado para notarmos que o número de amigos e parentes que estão à beira do limite emocional por causa do trabalho vem aumentando nos últimos tempos, né?

sintomas da síndrome de Burnout: fique de olho!

Entre os principais sintomas que podem estar associados à síndrome de burnout estão: dor de cabeça, enxaqueca, pressão alta, dores musculares, sudorese, cansaço, crises de asma, distúrbios gastrintestinais. Outros sintomas comumente apresentados são:

  • Dificuldades em ter uma boa noite de sono;
  • Sentimentos negativos recorrentes de fracasso, insegurança, derrota, desesperança e incompetência.
  • Fadiga constante;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Alteração nos batimentos cardíacos.

Quem passa por um burnout pode apresentar, também, agressividade, mudanças bruscas de humor, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, baixa autoestima, pessimismo, isolamento, ausências do trabalho e comportamentos comuns na síndrome do impostor. Ou seja: é como se desse uma pane geral nos sistemas do corpo humano, sabe?

O diagnóstico não é tão imediato porque não há teste ou exame que se faça para detectar a doença. Para identificá-la, é preciso que o profissional de saúde tenha uma escuta atenta e que faça uma avaliação profunda das condições de trabalho do paciente.

Por isso, se você apresenta algum desses sintomas ou tem tomado algumas das atitudes citadas, o ideal é que você procure ajuda médica e psicológica. E, amiga, vamos criar uma corrente de atenção e acolhimento para outras de nós? É bom que fiquemos atentas às mulheres ao nosso redor, para detectar sinais de burnout e poder ajudá-las quando necessário.

Se continuarmos servindo de peças de engrenagem para esse sistema, nossa saúde integral estará sempre em jogo. Mais do que falar de burnout, precisamos mudar a mentalidade de que o trabalho é tudo que nos define e nos torna úteis ao olhar do mundo. Vamos cuidar da gente e das outras? :)

tratamentos para a síndrome de Burnout

Recorrer à ajuda profissional é importantíssimo para que a pessoa que apresentar sintomas de Burnout receba as orientações médicas pensadas especificamente para o caso dela. Dentre as recomendações, o tratamento da síndrome de burnout prevê mudança de estilo de vida, tornando prioridade as atividades que contribuem para a saúde física e mental da paciente.

Outras indicações de tratamento altamente recomendadas também incluem o uso de antidepressivos, psicoterapia, exercícios físicos e de relaxamento regulares para ajudar a controlar os sintomas. Da mesma maneira que será necessário alterar a rotina da sua vida pessoal, a sua agenda profissional precisa ser revista!

Ao fazer uma reavaliação do ambiente de trabalho, é preciso identificar o que impede o trabalho de oferecer condições mínimas em termos de segurança física e emocional, além de colocar em prática o que é discutido nas sessões de terapia como algumas soluções que podem aliviar a carga de trabalho e as cobranças internas e externas por uma alta performance.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento gratuito para todo cidadão brasileiro que apresente sintomas de Burnout pelos Centros de Atenção Psicossocial. Do diagnóstico ao tratamento medicamentoso, os serviços são para qualquer pessoa que precise de ajuda, sem discriminar por raça, credo ou condição financeira! Vale a pena, viu? <3

como se prevenir da síndrome de Burnout?

Hora de falar das ações de autocuidado que devem permear nossa agenda do dia, lindeza! Listamos a seguir algumas atitudes que, a princípio, podem ser simples de serem feitas. Mas, para quem ainda não tem costume de realizá-las no cotidiano, exigem um olhar mais atencioso e cheio de carinho com as suas próprias necessidades. Veja só:

aprenda a definir limites

Não tenha medo de dizer até onde você consegue ir. Lembre-se de que o tempo que você trabalha não tem nada a ver com a qualidade e a eficácia do trabalho realizado. Por isso, marque bem quais são os seus limites (de tempo, de demandas, de deadlines) e respeite-os!

faça pausas durante o dia

Nenhum ser humano consegue trabalhar horas seguidas sem descansar mente e corpo. O ócio, inclusive, pode ser fundamental para que você seja mais criativa e esteja mais presente quando voltar às atividades. Portanto, programe-se durante o dia para fazer, no mínimo, 3 intervalos rápidos durante o expediente de trabalho.

mantenha diálogos abertos

Comunique-se de forma transparente com seus líderes. Construa um diálogo em que feedbacks respeitosos possam vir de ambos os lados, para que assim vocês tracem caminhos alternativos para lidar com os momentos de maior tensão que ocorrem no trabalho.

cuide-se com amor

E isso inclui fazer atividade física com regularidade, alimentar-se bem, hidratar-se frequentemente e também cuidar de sua saúde emocional e psicológica. E quando a coisa apertar, vale o lembrete: nada, mas nada mesmo importa mais do que a nossa vida — nem aquele trabalho tão desejado.

como ajudar alguém com a síndrome de Burnout?

Já que ninguém larga a mão de ninguém, vamos cumprir com o nosso combinado de ficar em alerta quando as pessoas que são próximas de nós apresentarem algum dos sintomas que comentamos antes! Quem é diagnosticada com a síndrome de Burnout geralmente não percebe sozinha o ritmo desgastante que ela adquiriu no trabalho.

Por isso, ao perceber que a pessoa anda mais estressada do que o habitual, busque abertura para conversar sobre o assunto. Incentive-a para fazer uma autoavaliação, buscando identificar os motivos do seu estresse, quais são as atividades que mais ocupam seu tempo e quais compromissos de auto cuidado ela vem negligenciando nos últimos tempos.

Quando sentir que há abertura para continuar a falar sobre o assunto, explique para ela o que é burnout e estimule-a a buscar ajuda profissional para reencontrar seu equilíbrio emocional. Faça acolhimento por meio de uma escuta ativa, pois esta é uma das melhores maneiras de auxiliar quem se encontra em um momento tão vulnerável como esse!

Há ainda outro distúrbio que também merece nossa atenção por provocar um esgotamento físico e mental assim como ocorre na síndrome de burnout - porém o gatilho é outro! Estamos falando do burnout holiday, transtorno associado às altas demandas e expectativas que criamos com a chegada das datas comemorativas.

Sobre este tema, você pode entender melhor como essa variação da síndrome de burnout se manifesta acessando o post "Holiday Burnout: Por que feriados podem ser estressantes?" e descobrir como evitar que os feriados representem um momento de ansiedade e estresse excessivos na sua vida.

Bora continuar esse papo por lá, amiga? <3


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