dia internacional das mulheres: por que 8 de março?
Amiga, você sabia que o Dia Internacional da Mulher tem raízes históricas profundas? E diferentemente da maior parte das datas comemorativas, ela não foi criada pelo comércio. Aliás, vale ressaltar desde já que esse dia é muito mais que uma data comemorativa.
Dia 8 de março é um dia-manifesto que existe para reconhecer a luta que começou lá atrás e continua todos os dias. É um dia para reforçar as reivindicações sobre igualdade de gênero, celebrar conquistas e discutir todas as violências que nós, mulheres, ainda sofremos diariamente. O Dia Internacional da Mulher fortalece o feminismo dentro de cada uma de nós.
Amiga, talvez você tenha estranhado, ali em cima, quando falamos sobre celebrar conquistas. Acreditamos que esse dia honra nossas histórias e nossas lutas, mostra tudo o que já conquistamos e nos dá força para reivindicar tudo que temos direito, mas ainda nos é negado. É sobre dor, mas também é sobre esperança <3
Esperamos que as histórias te inspirem, assim como nos inspiraram por aqui! Para acompanhar a trajetória feminina, fique ligadinha nos próximos parágrafos, combinado?
por que dia 8 de março?
A terrível e famosa tragédia do incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York, em 1911, quando quase 150 operárias morreram carbonizadas, foi um dos marcos na trajetória das lutas feministas do século 20. Contudo, a verdade é que a data não é atribuída a um evento em especial, mas a uma série de acontecimentos que datam de muito antes da tragédia.
As mulheres entraram no mercado de trabalho no século 19 e tinham jornadas exaustivas e salários absurdos. Foi nessa época que a luta pelos direitos das mulheres eclodiu em muitos lugares do mundo.
Mulheres dos Estados Unidos, Rússia, Dinamarca e muitos outros países já haviam iniciado a mobilização feminista por direitos iguais entre os gêneros, tendo, inclusive, celebrado dias nacionais das mulheres em outras datas.
Então, amiga, é possível perceber que não há uma resposta simples para responder como surgiu o Dia Internacional da Mulher. Afinal, já estava acontecendo um movimento mundial que reivindicava os direitos das mulheres. Mas, em 8 de março de 1917, cerca de 90 mil funcionárias se manifestaram contra o Czar Nicolau II. Assim, o protesto conhecido como Pão e Paz consagrou a data do Dia Internacional das Mulheres.
Apesar disso, a data só foi reconhecida oficialmente pelas Nações Unidas como Dia Internacional da Mulher em 1977. E, hoje em dia, todo o mês de março é dedicado a garantir que ninguém esqueça dessa luta, que mais direitos sejam alcançados e que os já conquistados jamais sejam perdidos.
linha do tempo das brasileiras
A história da luta das mulheres faz parte de cada uma de nós. E se hoje temos direitos, é porque muitas lutaram para que isso fosse possível. Portanto, a história está repleta de mulheres importantes anônimas, e precisamos agradecer e honrar essa trajetória. Por isso, separamos algumas conquistas marcantes na vida das brasileiras:
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1932: primeira atleta mulher nas Olimpíadas;
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1934: mulheres conquistam direito de voto;
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1975: reconhecimento da importância do feminismo na promoção do movimento pela Anistia;
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1978: primeiro Congresso da Mulher Metalúrgica;
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1985: primeira Delegacia da Mulher (em São Paulo);
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1985: criação do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem);
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1987: mulheres lideram o Lobby do Batom e têm 80% das reivindicações aprovadas, entre elas a igualdade jurídica, de direitos e responsabilidades na família e a definição do princípio da não discriminação por sexo e raça-etnia;
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1996: inclusão do sistema de cotas na Legislação Eleitoral, obrigando os partidos a inscreverem, no mínimo, 20% de mulheres nas chapas proporcionais;
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1990: multiplicação de ONGs e serviços de atendimento à mulher;
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1996: primeira mulher a ocupar a presidência da Academia Brasileira de Letras, a escritora Nélida Piñon;
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1998: primeira mulher a presidir a sessão do Congresso Nacional (senadora Benedita da Silva);
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2006: torna-se crime qualquer forma de violência contra a mulher: física, moral ou psicológica pela Lei Maria da Penha;
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2014: primeira mulher eleita Presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Para o futuro, queremos igualdade salarial, diminuição da violência, aumento na participação política e muitos outros tópicos que ainda estão em construção ❤
Essa batalha de anos já mudou a trajetória do mundo, sabia? Conheça 11 feministas famosas que mudaram a história.
"Eu acho que a mulher do fim do mundo é aquela que busca, é aquela que grita, que reivindica, que sempre fica de pé. No fim, eu sou essa mulher" - Elza Soares, cantora
celebrar nossas conquistas
Ainda existe um longo caminho para que a tão sonhada igualdade de gênero seja alcançada. Entretanto, o número de mulheres no poder está crescendo e isso é uma boa notícia 💞 Então, separamos mais algumas conquistas que devem ser celebradas e que nos inspiram a continuar nessa luta diária e intensa.
1. direitos trabalhistas
A principal reivindicação das mulheres no século 19 era de âmbito trabalhista. Afinal, elas trabalhavam por mais de 15 horas diárias e tinham salários baixíssimos. Hoje em dia, muita coisa mudou. Além do direito à equiparação salarial, outra grande conquista foi a licença-maternidade remunerada.
2. liderança
O protagonismo feminino em cargos de liderança ainda está caminhando a passos lentos. Segundo o Ministério da Economia, 42,4% dos cargos de gerência são ocupados por mulheres. Entretanto, em cargos mais altos, como diretoria (13,9%) e superintendência (27,3%), a presença ainda é baixa.
Além do mundo empresarial, as mulheres seguem lutando para conquistar altos cargos dentro da política — e estão conseguindo! Na América Latina, elas, inclusive, alcançaram a presidência: Dilma Rousseff (Brasil), Laura Chinchila (Costa Rica), Cristina Kirchner (Argentina), Kamla Persad-Bissessar (Trinidad e Tobago) são alguns exemplos.
3. educação
A legislação brasileira de 1827 padronizou o acesso das mulheres ao ensino primário. Entretanto, ela era discriminatória, uma vez que as meninas não aprendiam todas as disciplinas que os meninos estudavam, como geometria. Além disso, a permissão para ingressar no ensino superior chegou apenas em 1879.
A boa notícia é que a realidade mudou. Hoje, as mulheres representam cerca de 50% dos matriculados em cursos de graduação e pós-graduação. Segundo dados da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), 53% dos bolsistas de pós-graduação são mulheres. Viva a educação feminina!
força, poder e união
O Dia Internacional da Mulher é uma data especial. E toda data especial é uma oportunidade de quebrar o tempo normal e mergulhar na história e nos seus fatos marcantes. Isso ajuda a enxergar a história em perspectiva. É um dia que revisitamos os preconceitos da sociedade e celebramos o que somos.
Ser mulher não é fácil. Não só pelas jornadas exaustivas de emprego + tarefa doméstica + filhos (quem tem). Ser mulher é lidar com a invalidação de superiores, desmérito de terceiros e palavras vãs que tanta gente utiliza para nos colocar para baixo. Podem nos chamar de loucas o quanto quiserem, do pódio a gente quase não escuta mesmo.
"Não se nasce mulher, torna-se." Simone de Beauvoir.
Já percebeu que conseguimos admirar o que aconteceu nos anos 20 e 60 mesmo estando anos à frente? Quando estamos na grande transformação, pode ser difícil entender a dimensão, mas um dia também faremos parte do passado, então precisamos conseguir nos colocar em perspectiva e ver como somos importantes.
Esse olhar nos estimula a continuar criando ações de empoderamento feminino que sejam efetivas e transformem o mundo. Amiga, fazemos parte de um movimento histórico. Com energias renovadas, depois dessa viagem pela história, seguimos juntinhas promovendo, sempre, a mudança. Vem com a gente conhecer as principais vertentes do feminismo.
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