o que é tokenismo e por que ele prejudica a real representatividade?
A representatividade é um dos temas que têm mudado o curso da sociedade nos últimos anos, mas você já parou para pensar na profundidade dessa mudança? Urgente e necessária, ela pode ser facilmente confundida com o tokenismo. Já ouviu falar dele? Vem que a gente te explica ;)
o que é tokenismo?
Antes de refletirmos sobre quanto o tema é prejudicial para o avanço da diversidade, é importante entender bem direitinho o que é tokenismo. Tokenismo vem de “token”, que significa “símbolo”.
O tokenismo é uma inclusão simbólica e superficial que consiste em fazer concessões a grupos minoritários, seja em empresas, no cinema, na mídia e diversos outros meios.
Usado para passar uma falsa imagem de diversidade e igualdade, ele é adotado por diferentes organizações, projetos notórios e meio cinematográfico e midiático, para que sejam vistos como justos e progressistas.
No entanto, as pessoas que compõem as minorias, como gays, lésbicas, transgêneros, mulheres, negros e deficientes físicos, por exemplo, não recebem, de fato, os mesmos direitos e poderes que o grupo dominante. Ou seja, não existe um esforço real para a inclusão profunda e transformadora.
como e quando o conceito do tokenismo surgiu?
O tokenismo surgiu durante os anos 60, nos Estados Unidos. Naquela época, diversos outros países também viviam um movimento de contracultura, que tinha como objetivo questionar e quebrar preconceitos e padrões determinados por uma norma social que contribui para o racismo, o machismo e a homofobia, por exemplo.
Durante o período de luta pelos direitos civis dos afro-americanos, Martin Luther King usou o termo “tokens”. O objetivo era reforçar que a integração por meio de tokens - uma única pessoa representando uma minoria e meio a um vasto grupo de privilegiados - é uma grande ilusão.
identificando o tokenismo
Além da falsa representatividade, outro problema do tokenismo é que ele transforma as pessoas em ícones representativos, apaga a sua individualidade e unifica comunidades repletas de pluralidade, como a LGBTQ+. Por essas e outras, é fundamental treinarmos o nosso olhar para entender o que de fato é diversidade e o que é tokenismo.
Você pode começar fazendo esse exercício no seu local de trabalho, por exemplo. Quantas pessoas negras têm na sua empresa? Mulheres? Trans? Deficientes? Gays e lésbicas? Outra observação fundamental: quantas dessas pessoas estão nos cargos de liderança?
Além do ambiente de trabalho, procure ter um olhar mais atento para o entretenimento que você consome. Sabe aquela série que você adora? Quantos atores e atrizes negras compõem o elenco?
Tem estudado finanças, investimento ou algo do tipo? Há diversas mulheres que são referências nesse assunto. Quantas você segue? Quantas mulheres negras, trans ou lésbicas você segue dentro do seu nicho de interesse?
a representatividade precisa ser real e é urgente
É válido ter em mente que quando o assunto é representatividade, quantidade é importante, sim! Afinal de contas, não existe uma pessoa negra para cada dez pessoas brancas no mundo, nem mesmo uma mulher para cada cinco homens. A conta não fecha. Você percebe isso também?
Além de trabalhar o seu olhar, é preciso praticar a diversidade no dia a dia sem cair nos perigos do tokenismo. Você pode começar fazendo um levantamento aí na sua casa mesmo. De todos os livros que você já leu, quantos foram escritos por pessoas que compõem as minorias?
Também é importante ficar atenta aos seriados e filmes. A minoria faz parte do elenco e da produção? Eles realmente aparecem ou trata-se de um entrenimento feito por pessoas brancas e um único negro? Quantos personagens LGBTQ+ fazem parte da trama?
E no seu trabalho? Olhe para o lado e analise a quantidade de pessoas trans, lésbicas, gays, mulheres e negros, por exemplo. Se você tem um cargo notório, seus questionamentos e iniciativas podem ser os precursores da mudança para uma representatividade verdadeira.
Mas, se você não faz parte da liderança, que tal aproveitar propor essa pauta com o seu chefe? Além disso, aproveite o happy hour ou o almoço e toque nesse assunto com os seus pares. Não é frescura e nem lacração, estamos falando de uma mudança necessária e urgente. Vamos juntas na viagem rumo à verdadeira representatividade? Nós, da pantys, estamos de malas prontas <3
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