amiga, vamos conversar sobre consentimento?

Corpo de duas mulheres, uma atrás da outra, entrelaçando as mãos

Consentimento. A palavra ganhou importância nos últimos anos, principalmente por causa das discussões recorrentes sobre feminismo, sexualidade, assédio e abusos.

Segundo o dicionário Michaelis, o significado de consentimento é: (1) Ato ou efeito de consentir; permissão, licença, (2) Decisão favorável quanto a solicitação ou pedido; aprovação, anuência, aquiescência.

Então, amiga, podemos perceber que o ato de consentir está relacionado com outra pessoa. Ou seja, nós consentimos ou não uma ação ou ato de alguém. Entretanto, apesar de parecer uma definição simples, ainda existem grandes equívocos sobre esse assunto nas relações interpessoais.

E, por causa disso, o nosso papo vai explorar um pouquinho mais esse assunto. Afinal, precisamos sempre nos lembrar de que temos o direito de falar não e esse “não” precisa ser respeitado, amiga <3

por que precisamos falar sobre consentimento?

Já explicamos a definição básica sobre o que é consentimento, mas por que precisamos falar sobre esse assunto? Bom, amiga, infelizmente, muitas mulheres passam por situações abusivas e de assédio.

Um exemplo triste, porém clássico: o famoso beijo forçado na balada. A menina já falou que não estava afim, mas, mesmo assim, uma pessoa forçou esse ato. Em uma sociedade em que o consentimento fosse respeitado, isso não aconteceria. Esse tipo de atitude pode ser cometida por homens e mulheres, entretanto, é um dos traços marcantes de masculinidade tóxica.

Por isso, precisamos falar sobre consentimento. Com o passar do tempo, algumas ações foram tão normalizadas, que as pessoas ignoram a necessidade do outro consentir as ações. Não à toa, as campanhas dos últimos carnavais tem reforçado a frase “não é não”.

consentimento nas relações amorosas

Siiim, amiga, mesmo depois de semanas, meses e anos ainda é necessário consentir as ações nos relacionamentos. Bom, quando pensamos em momentos íntimos e atos sexuais, precisamos lembrar que o que está acontecendo tem que ser bom para todos os envolvidos, certo?

O consentimento precisa estar presente para que o ato sexual se inicie e também durante ele. Por exemplo, pode acontecer algo desconfortável ou você pode perder a vontade, mesmo depois de já ter começado. Nesse momento, o melhor a fazer é comunicar o parceiro, para que a ação seja interrompida.

Porém, em alguns casos, existem pessoas que ignoram esse “não”. E é aí que precisamos reforçar a importância do consentimento dentro das relações amorosas: a partir do momento em que alguém comunica que não está gostando de algo ou quer parar, isso deve ser respeitado, independentemente do tempo de relacionamento.

na festa, na balada ou no bar

Como saber que uma ação foi consentida? Quando falamos ou escutamos um “sim” da pessoa com quem estamos. Portanto, o consentimento não pode ser “presumido”, uma pessoa não pode achar que a outra consentiu apenas porque não disse nada. É necessário dizer “sim” para consentir.

E, aqui, precisamos retomar um ponto sempre citado nas discussões feministas: usar roupa curta ou estar bêbada não são ações que podem ser interpretadas como um “sim” para que o outro tome liberdades não consentidas. Nosso corpo é nosso!

Então, amiga, não importa onde você está ou com quem você está, para que algo aconteça, você precisa consentir. E, a partir do momento em que você diz “não”, o outro deve respeitar, senão a situação é configurada como abuso ou assédio.

crianças e adolescentes

Esse é um tema que está preocupando muitos pais. Portanto, é importante explicar o que significa consentimento  para crianças e adolescentes. Desse modo, eles estarão mais preparados para falar “não” sem se sentirem acuados em uma situação constrangedora.

Uma boa maneira de fazer isso é combinando com os pequenos que apenas a mamãe, o papai e o médico podem ver suas partes íntimas, por exemplo. Assim, ele saberá que algo está errado se outra pessoa quiser ter acesso a essas áreas.

Os especialistas também recomendam conversar sobre as partes do corpo e dar nome aos órgãos. No caso dos adolescentes, vale uma conversa franca sobre sexo, de maneira simples e sem muitas metáforas.

nosso corpo, nossas regras

Quem cala consente? Não! Quem cala pode estar acanhado, confuso e com medo, mas jamais consentindo. Precisamos falar abertamente sobre esse assunto para que as pessoas deixem de normalizar situações de abuso.

O “não” da mulher precisa ser respeitado. Seguimos juntinhas nessa caminhada, lutando por nossos direitos e repensando a normalização de determinados comportamentos da sociedade.

Nosso corpo, nossas regras, sempre! <3


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