o mito da mulher louca

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“Amiga, você é louca”. Nos divertimos dizendo isso, mas será que é só isso mesmo? Podemos até falar isso como forma de rir da cara de quem nos diz assim, subvertendo o sentido do termo, mas é importante lembrar que as mulheres são taxadas como loucas há muito tempo e os efeitos desse pensamento podem atrapalhar muito o empoderamento do feminino.

A associação desse termo às mulheres é tão antiga e acontece de maneira tão frequente que até nós mesmas já naturalizamos e, de certa forma, aceitamos. Mas é importante questionarmos, pois quando alguém nos rotula assim, acontece uma desvalidação total do que acabamos de dizer, nos fazendo duvidar da gente mesma e a pensar que estamos erradas, mesmo quando temos plena razão - e isso acaba nos deixando mais inseguras sobre o que pensamos e sentimos.

Nos relacionamentos amorosos,  se durante uma DR a outra pessoa nos chama de louca, ela deslegitima nosso argumento sem nem mesmo nos dar uma explicação, um contra-argumento, e isso não é nada justo. Acaba sendo apenas uma ofensa vazia que se sustenta nessa imagem de que as mulheres “não fazem sentido”, “são exageradas” ou “emocionais demais.

Bom, mas e o que é ser emocional demais? É ser muito sensível? E como foi que caminhamos para uma sociedade em que sentir as coisas é algo ruim?  Será que não é exatamente sensibilidade que o mundo de hoje precisa para melhorar e evoluir?

Esse rótulo já nos impediu de fazer muito progresso nessa vida, mas a verdade é que todas as pessoas revolucionárias da história já foram chamadas de loucas por pensarem diferente. Mas peraí, diferente de quem?  Aí temos que lembrar de um fator muito importante: nós vivemos em uma sociedade orientada pelo masculino. Geralmente, o que “não faz sentido algum” é algo que não entendemos ou não conhecemos bem e realmente o universo feminino é pouco conhecido: filmes, livros, ciência, tudo isso é dominado por protagonistas homens, então a gente entende muito bem como eles funcionam, já a perspectiva feminina é muito pouco retratada (mas estamos mudando isso!) e compreendida. Toda essa construção da nossa sociedade patriarcal fez com que os homens fossem vistos como racionais e lógicos e nós, mulheres, como emocionais e descontroladas. Já viu algum homem ser chamado de histérico, dramático, louco? Não é muito comum.

Fora isso, foi criado esse “lugar” em que homens não acessam e nem compartilham muito o que sentem (um lugar com consequências dolorosas deles ocuparem, tanto para eles quanto para nós), então quem faz isso sem medo “só pode ser louca”. Não podemos deixar o medo de sermos consideradas loucas censurar nossa expressão e nossas emoções, mesmo quando elas não são positivas. Afinal, já chega de ser a boa menina que só sorri e concorda com tudo por medo de incomodar, nós também podemos questionar e iniciar diálogos a partir de insatisfações.

Quando tomamos essa consciência de que não estamos fazendo nada de errado em nos expressarmos, podemos contribuir com a mudança, construindo uma nova era melhor para todos nós.

Quando uma amiga nos conta alguma coisa e respondemos, em tom de julgamento, que ela é louca, nós acabamos, sem querer, comprometendo o ambiente seguro que é a amizade, oferecendo um julgamento vazio para quem acabou de nos confiar alguma informação em busca de apoio. Isso pode gerar uma sensação de arrependimento enorme na amiga, que sente que fez algo muito errado, mas nem mesmo entende o porquê para que possa melhorar.

Ou mesmo no trabalho,  quando dizem “ela está de TPM”: essa é uma forma muito comum de nos chamarem de louca indiretamente, trazendo ao nosso ciclo menstrual um tom negativo, de algo que compromete nossa coerência de comportamento. Por isso o autoconhecimento é tão importante, especialmente do nosso ciclo menstrual, porque entendemos que não somos instáveis e malucas e sim que somos cíclicas, vivemos quatro fases diferentes durante o mês, mas nenhuma delas atrapalha a nossa sanidade mental - muito pelo contrário, em algumas delas temos mais clareza e coragem do que nunca. Quando aprendemos a respeitar que acontece em fases tão especiais e complementares, nos sentimos mais seguras para sermos exatamente quem somos e aprendemos a não permitir que isso seja usado contra nós.

A verdade é que dizer que “uma mulher é louca” enfraquece nossa voz no mundo.

No passado, quando as mulheres expressavam seu desejo sexual, chegaram a ser diagnosticadas com uma “doença” chamada “histeria”, que só era curada com o massageamento do clitóris (foi assim que o vibrador surgiu, inclusive). Depois, as mulheres que escolhiam não casar e usavam as ervas como medicina, foram chamadas de bruxas e queimadas. Mais tarde, as mulheres que lutaram para estudar, votar e trabalhar também foram reprimidas e chamadas de loucas. Hoje as feministas são loucas, todo homem tem uma ex-namorada louca… E até o fato de começarmos a tratar nosso ciclo menstrual com amor e usar calcinha absorvente já foi motivo para ouvirmos que somos loucas!

Quando alguém diz isso, está desqualificando alguma ideia ou argumento nosso só porque não entende ou não quer aceitar porque estamos certas. Mas na maioria dos casos não é bem assim, né? E mesmo quando é, ninguém tem o direito de nos colocar nessa “caixinha” apenas por uma questão de gênero. De certa forma, podemos ver que o uso desse termo é uma forma de encerrar diálogos que poderiam se aprofundar e trazer aprendizados.

Quando tratamos alguém assim ou somos julgadas dessa maneira, é comum (e natural) reagirmos intensamente para nos defender. Claro, afinal, a nossa sanidade mental é sempre questionada e não é de hoje. E daí, no momento em que reagimos, é muito comum que a pessoa que nos ataca use isso contra nós “viu, falei que você é louca”. Por isso essa reflexão e é tão importante, pois nos preparamos para enfrentar esses momentos cheias de autoconfiança. Uma  dica prática  que usamos por aqui e talvez funcione para você é, em vez de reagir, responder de cabeça erguida: não entendi. Você pode me explicar por que está dizendo isso? Diga em outras palavras o que quer dizer, por favor. Ou simplesmente não aceitar o rótulo, dizendo: acho que você quis dizer:  corajosa - ousada - confiante - determinada - audaciosa - decidida - valente - inabalável  e muitas outras, você pode refletir qual adjetivo reflete mais sua atitude naquele momento e ajudar, de forma educativa, a pessoa a pensar sobre isso também.

E, para criar forças para essa mudança, é só lembrar que  as mulheres do futuro podem ser vistas como loucas, mas só por quem   pensou que a gente ia ficar no passado para sempre <3  Vamos evoluir juntinhas?


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