A gente sabe: tem dias que a coisa aperta, que a vida atropela e que a comunicação, quase que de imediato, fica truncada. Não conseguimos entender o que o outro diz e também, muitas vezes, passamos uma mensagem hostil. Tem situações, inclusive, que codificamos sentimentos não digeridos achando que o interlocutor não decifrará, mas a verdade é que as entrelinhas sempre falam mais alto. Foi lá pelos anos 60 que o termoComunicação não violenta (CNV) começou a ser cunhado e utilizado. Essas três palavras, juntas, deram origem a uma técnica baseada em competências de linguagem e comunicação que auxiliam na reformulação da forma como cada um de nós se expressa e ouve quem está ao redor.
Na raiz da abordagem está o desativar das respostas e estímulos automáticos e repetitivos (sabe quando você retruca sem nem pensar direito? Pois bem). Na prática, o que se defende é que adicionemos uma camada de presença e consciência baseadas em percepções do momento. Com todos os sentidos a postos para receber generosamente o que está sendo falado, as interações passam, então, a serem traçadas com mais respeito, atenção e empatia.
“Uma maneira bem simples e sucinta de explicar Comunicação não violenta é que é uma ferramenta para ajudar a gente a dialogar melhor, a resolver conflitos. Acho que isso é interessante porque se pararmos para pensar, onde foi que aprendemos a nos relacionar? Não aprendemos isso ao longo do nosso processo de educação formal e quando crescemos somos exigidos o tempo todo disso. A CNV é um caminho para você começar a ter uma ideia de entender o que está por trás do comportamento das pessoas e como posso agir e reagir em relação a esses comportamentos. Ela nos dá uma base para entender, traduzir e mudar nossa visão de mundo em relação aos outros”, explica Carolina Nalon, fundadora do Instituto Tiê, que tem a missão de ajudar pessoas em seu desenvolvimento emocional.