Bia e a diabetes, conheça a história da pantylover

foto da Bia, uma mulher de longos cabelos pretos, com maquiagem clara e uma blusa azul royal segurando um aparelho de insulina

Oi, pantys lovers / lindezas! Sou a Bia, mas mais conhecida como Biabética. Tenho diabetes tipo 1 há 22 anos, sou empreendedora e criadora de conteúdos de saúde e diabetes. A Pantys me chamou para falar um pouco sobre a minha trajetória com o diabetes e da minha relação com a menstruação, sendo uma pessoa com diabetes. Sabia que o período menstrual pode interferir e muito nos níveis de glicemia? Pois continua lendo que vou te contar mais sobre isso e muito mais aqui neste texto!

como descobri que tenho diabetes

Descobri o diabetes aos 6 anos, quando surgiram alguns sintomas. Comecei a sentir os sintomas de hiperglicemia, mas não sabia nomear ao certo. Só sabia dizer que meu corpo estava estranho e isso ligou o alerta máximo dos meus pais, que me levaram correndo no médico. O primeiro médico sugeriu que eu fizesse terapia, por achar que eu estava querendo chamar atenção, já que na opinião médica dele, não parecia ter nada de errado comigo clinicamente. A psicóloga atestou minha estabilidade emocional e orientou irmos em outros médicos, porque eu continuava dizendo que meu corpo estava estranho.

Comecei a perder peso rapidamente, fazer xixi na cama toda noite, ansiar por doces a cada refeição e meus pais cada vez mais preocupados, não pararam de me levar em médicos para entender o que estava de errado comigo. Até que uma pediatra resolveu fazer um checkup completo que constatou que era diabetes. A Hemoglobina Glicada que deve estar até 5,4% estava em 11% e a glicemia em jejum, mais de 400. O laboratório ligou para orientar que eu fosse a um médico especialista urgente e a pediatra rapidamente conseguiu uma consulta para o dia seguinte, em um sábado.

afinal, por que o diagnóstico foi tão importante?

Pausa pra explicar: O que aconteceu comigo foi que a produção de insulina do meu corpo começou a diminuir, até parar completamente 1 ano após o diagnóstico, me tornando completamente dependente de injeções de insulina para o resto da vida. Isso se chamadiabetes tipo 1 e é uma doença autoimune, não tem cura e ninguém sabe por que surge. Meu corpo começou a entrar em pane sem conseguir levar energia para as células, estava em risco de entrar em cetoacidose, uma condição grave que pode levar à morte se não tratada rapidamente. A insulina é a ''chave'' que abre a porta das células, permitindo que a glicose (energia) presente no sangue, entre nas células. Sem insulina, NINGUÉM vive.

A consulta foi com a médica que me atende até hoje. Ela também tem diabetes e isso fez toda a diferença na forma como ela nos apresentou o diabetes. Também ajudou muito eu não ter ficado internada. Tratamos a hiperglicemia no consultório, durante todo o dia, junto com um intensivão de orientações. Lembro deste dia com detalhes porque foi muito marcante pra mim.

minha vida mudou a partir dali

Logo no primeiro dia do diabetes eu já precisei tomar decisões. Quando soube que precisava receber uma injeção de insulina, eu me recusei. Levantei e fui andando para a porta, pra ir embora, porque sempre fui uma pessoa que sabia o que queria. Minha mãe veio atrás, com todo amor do mundo e lágrimas nos olhos, me segurou pela mão e falou ''filha… você VAI ter que tomar a insulina. Não tem a opção de você não tomar, ok? Então diz pra mamãe ONDE você quer tomar: aqui, no meu colo, ou no hospital?'' Sempre que conto este relato eu me emociono, porque me lembro do baque que foi ter que decidir algo tão importante com apenas 6 anos. O diabetes faz isso com a gente. Ele nos amadurece rapidinho. Que bom que escolhi o colo da minha mãe porque o hospital poderia ter me traumatizado.

Eu não me lembro muito da minha vida sem diabetes. Acredito de verdade que isso ajudou muito na aceitação, porque quando criança você esquece rápido algumas coisas e confia totalmente nos seus pais como donos da verdade. E meus pais sempre me garantiram que eu poderia viver uma vida normal com o diabetes se eu tomasse os cuidados necessários e fosse responsável, nunca deixando de aplicar insulina de propósito, por exemplo (sim, acontece mais do que você imagina). Seguindo as orientações da médica, eles me ensinaram que a vida pode ser vivida ao máximo mesmo com o diabetes estando presente. Sabemos que todos temos as nossas limitações e o diabetes ser um deles em alguns momentos não significa que somos inferiores ou diferentes de uma forma negativa.

o autoconhecimento, apoio familiar e a instrução médica

Cresci acreditando que nunca teria complicações, porque meus pais me garantiram que se eu me cuidasse, nada aconteceria comigo. O assunto complicações nem era uma possibilidade até os meus 22 anos, quando já cuidava do meu próprio diabetes sozinha e comecei a pesquisar por um novo tratamento. Sempre entendi bastante sobre o MEU diabetes, como a minha glicemia se comportava e o que eu tinha que fazer em determinadas situações porque minha médica é maravilhosa e sempre me ensinou muito sobre diabetes durante as consultas.

Nessas pesquisas, comecei a me apaixonar pelo tema e percebi que muita gente não sabia as coisas básicas que eu sabia e entendi que precisava compartilhar a minha experiência com o diabetes. Foi neste período que nasceu o Biabética, o meu perfil. Conheci muitas pessoas com diabetes e passei a estudar cada vez mais e a entender os reais riscos de complicações do diabetes. Sim, eu tinha o risco de desenvolver complicações, mas ele diminuía à medida que eu passasse os anos dentro dos padrões que a minha médica pedia. Infelizmente o risco não zera. Se eu vacilar, ele aumenta. Como lidar com isso todos os dias? Com muita terapia. Com o conhecimento, vieram os medos, preocupações e receios e a busca pela perfeição no tratamento, que não foram nada benéficos para a minha saúde mental.

os altos e baixos ainda estão na minha vida? sim!

Hoje vivo sabendo que faço o que eu posso, com o que tenho disponível e torcendo para que seja o suficiente para evitar complicações. Não, não desenvolvi nenhuma até hoje e pretendo continuar desta forma. Sei que não adianta eu me torturar querendo uma glicemia perfeita todos os dias e que os altos e baixos do diabetes vão estar presentes, assim como na vida. O que preciso é evitar ao máximo que a glicemia fique muito tempo alterada. Vou me perdoando a cada erro, a cada vacilo com a glicemia e assim eu também vou aprendendo a viver e a me perdoar como ser humano. Vida é isso! Um dia de cada vez.

"Bia, como ficou sua menstruação?"

A minha primeira menstruação veio aos 12 anos e o período da puberdade afetou muito a minha glicemia. Logo em seguida coloquei a minha primeira bomba de insulina, com a esperança de ser a solução dos problemas com hiperglicemia. Realmente fez muita diferença positiva no tratamento, tanto que nunca mais tirei!

Caso você não saiba, os hormônios da puberdade bagunçam e muito o controle glicêmico da pessoa com diabetes. É sabido que neste período, as doses de insulina aumentam, o corpo muda, fica um caos! Os hormônios são um verdadeiro pesadelo pra quem quer a perfeição do diabetes, porque eles são inconstantes. Se eles são capazes de afetar o nosso humor de formas diferentes, imagina o que eles não fazem com a glicemia de uma pessoa que não produz um dos mais importantes, a insulina?

Mas como tudo na vida passa e se resolve, a puberdade também. A gente vai aprendendo a lidar e no caso das pessoas que menstruam, um mês de cada vez. Vamos entendendo como o nosso corpo se comporta e como podemos evitar alguns descontroles, conversando nas consultas médicas e ajustando algumas doses. Tudo tem solução.

No meu caso, minha glicemia subia muito durante a puberdade e adolescência. Esse é o caso da grande maioria das pessoas que menstruam, ter uma maior resistência à insulina e precisar de doses maiores neste período. Porém, depois de alguns anos, o meu caso mudou. Comecei a ter mais sensibilidade e precisar de MENOS insulina no período, tendo muitas hipoglicemias (glicemia baixa). Engana-se quem achar que isso pode ser positivo porque a hipoglicemia é muito mais incapacitante do que a hiperglicemia. Fui entendendo mês a mês que precisava aplicar menos insulina no dia anterior ao primeiro dia do ciclo e ir aumentando a dose gradualmente conforme dos dias forem passando.

Agora estou estudando mais sobre ciclos e como cada fase interfere no meu dia a dia, sensações, emocional e glicemia. Estou maravilhada com o quanto o corpo humano é incrível e no quanto os hormônios são importantes para nós. Não costumo ter muita TPM, apenas um pouco de cólica nos dois primeiros dias e bastante inchaço. Uso anticoncepcional, então obviamente ele mascara bastante os sintomas de TPM, mas ainda tenho um pouquinho.

Lindezas, espero que meu texto possa ter inspirado você, que leu até aqui, de alguma forma. Se você tiver diabetes ou conhecer alguém que tem, saiba que não está só. Que existe toda uma comunidade de pessoas doces que se ajuda e que está disponível para trocar experiências e muito amor!

Um beijo com muito carinho,

@biabética


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