5 maneiras de deixar a lixeira da sua casa mais sustentável

Fotografia da Fê Cortez

Oi! Aqui é a Fe Cortez, colunista convidada no blog da pantys e idealizadora do Movimento Menos 1 Lixo. Desde que o Menos 1 Lixo nasceu, uma das dúvidas que mais recebemos é: como abolir as sacolas de plástico na lixeira de casa? Esta pergunta está diretamente ligada à polêmica que sempre surge quando um Estado aprova uma lei que proíbe a distribuição gratuita de sacolas em supermercados (como aconteceu aqui no Rio em junho de 2019). Mas, antes de dar cinco opções pra você eliminar de vez essa inimiga do meio ambiente da sua vida, vamos entender melhor por que isso é tão importante e urgente? Vem comigo!

Por que as sacolas plásticas são um problema?
Segundo estudo publicado pela WWF em 2019, o Brasil é o quarto país que mais gera lixo plástico no mundo – e as sacolinhas são bem significativas nessa conta. Não acredita? Das 5 trilhões de sacolas plásticas consumidas anualmente ao redor do planeta, 1,5 milhão vem dos brasileiros. Por HORA. Pois é... A boa notícia é que esse desperdício pode ser facilmente evitado e gerar um impacto pra lá de positivo no ecossistema.

Desde o ano 2000, o mundo já produziu a mesma quantidade de plástico que em todos os anos anteriores somados. 75% desse total já foi descartado e 1/3 foi direto pra natureza, especialmente para os oceanos. Até 2015, só 9% de todo o plástico produzido no mundo tinha sido reciclado. Além disso, estima-se que metade da produção de plástico – que, só em 2016, atingiu 396 milhões de toneladas e cresce a um índice de 4% todos os anos desde o ano 2000 – é utilizada para fazer produtos descartáveis. Como a sacolinha de supermercado, que tem uma vida útil de, no máximo, 3 anos, mas vai ficar por aqui por pelo menos mais 450...

O resultado disso é que 2/3 de todos os resíduos viram poluição plástica e os oceanos são os mais afetados com isso. Estima-se que 80% do plástico que chega por lá é fruto da poluição terrestre. Todos os anos, de 8 a 12 milhões de toneladas acabam no mar. E agora, com a pandemia, também tem o rolê das máscaras, que também já estão entrando nessas estatísticas.

Pensando em possíveis soluções
O problema das sacolas é tão sério, que elas já foram proibidas em vários países do mundo: Bangladesh, Quênia, África do Sul, Ruanda, Mauritânia, Índia, China, França, Argentina, EUA e México. No Quênia, inclusive, pesquisas apontaram que 67% a menos de animais marinhos morreram sufocados no primeiro ano de proibição das sacolinhas. Imagina isso a longo prazo, né? Antes disso, pescadores costumavam encontrar plástico em 3 a cada 10 animais. Lá, a legislação prevê 4 anos de prisão e multas que chegam a 40 mil dólares pra quem insistir nos sacos plásticos descartáveis.

A China, que é o país mais populoso do mundo, vai banir todos os descartáveis de uso único até 2025. São muitas as coisas que estão mudando e a gente precisa começar a se adaptar a elas. Se a gente parar pra pensar, muitos empregos que existirão em 2050 ainda nem foram criados. Então, vamos precisar, sim, mudar nossos paradigmas, até por conta de outras economias que estão surgindo também.

Então, voltando pro caso do Rio de Janeiro que citei no começo desse papo, só nos primeiros 6 meses de implementação da lei, quando a sacola ainda não estava sendo cobrada, a gente já evitou a distribuição de 1 bilhão de sacolinhas. Com isso, espera-se que saiam de circulação 4 bilhões de sacolinhas plásticas por ano. Por elas poderem ser vendidas agora, espera-se também que a gente tenha uma diminuição similar à que aconteceu em São Paulo.

O ponto mais importante para mim é o gancho pra gente repensar nossos hábitos. O plástico é um problema NOSSO. O que acontece com nosso lixo depois que a gente usa alguma coisa é, sim, problema NOSSO. E a solução também deve partir da gente, seja na esfera individual ou na pública. Seja cobrando leis melhores que essa e a gestão de resíduos com compostagem em larga escala; seja cobrando materiais compostáveis e realmente biodegradáveis das indústrias... Mas fomos nós, seres humanos, que criamos esse problema. Tá na nossa mão agora resolver!

Sim, dá pra viver muito bem sem a sacolinha, obrigada! Eu garanto!
Bora ver algumas mudanças que a gente pode fazer NA PRÁTICA em casa?

#1 Pra que tanta lixeira?
A primeira dica é super simples: observar se você precisa MESMO ter tantas lixeiras em todos os cômodos da sua casa. Reduzir o número de lixeiras já faz diferença na hora de entender quanto de lixo geramos dentro de casa (e repensar esse hábito). Que tal ter menos lixeiras + lixeiras maiores? Pense também se há necessidade de ter saquinhos em todas elas. Lá em casa, nem as lixeiras de banheiro têm saquinho – o baldinho de dentro da lixeira é lavado toda semana e o rejeito do papel de banheiro vai pra única lixeira maior que eu tenho em casa. Aqui tem vídeo completo sobre isso também.

#2 Sacolinhas de papel e/ou dobradura de jornal
Os sacos de papel são uma ótima alternativa para se livrar do plástico. Enquanto a sacola convencional vai poluir o nosso planeta por 450 anos, o papel demora de 3 a 6 meses para se decompor. Dá pra fazer uma dobradura de jornal super fácil (tem vídeo lá no youtube do Menos 1 Lixo). Se você não consome mais jornal, dá uma olhada pela vizinhança: sempre tem alguém que descarta um jornal por aí. Ou fala com o jornaleiro perto da sua casa, já que o jornal de ontem já não tem mais utilidade pra ele, né? Mas também dá pra recorrer às sacolas de papel ou os sacos de pão da padaria, sabe? Elas são vendidas ou dá pra usar aquele do pãozinho que você comprou mesmo.

#3 Caixa de papelão
Sabe aquelas caixas de papelão que a gente recebe nos supermercados? Você pode substituir o lixo dos recicláveis por elas. A primeira vantagem é que elas são grandes - diferente dos recipientes menores, que demandam vááários sacos de plástico. Elas também são resistentes, e cerca de 80% delas é de recuperação de papel velho. A produção mundial de 1998 foi de 1 bilhão e 600 milhões de toneladas, com uma taxa de reciclagem de 71,6% (uma das maiores do mundo se comparada a outras embalagens). Além disso, o papelão tem origem natural e demora tanto tempo pra se decompor quanto o papel. E mais: aqui no Rio, por exemplo, a coleta seletiva só pega seu resíduo se ele estiver embalado em um saco transparente, ou seja, o saquinho do mercado dentro do saco transparente vira apenas mais um resíduo com taxa de reciclagem baixíssima!

Dica bônus: muitas pessoas também usam as caixas de papelão para fazer compras e depositar os alimentos ali mesmo. É uma ótima dica pra quem vai de carro e coloca as compras no porta-malas. Com a caixa, não há necessidade da sacola plástica e depois você ainda consegue usá-la para descartar o seu lixo.

#4 Composteira
Uma das maneiras que eu encontrei para abolir os sacos plásticos, quando se trata de lixo orgânico, foi comprar uma composteira doméstica. É o primeiro passo pra quem quer ter uma rotina mais sustentável, desperdiçar menos comida e se relacionar de forma mais harmônica com o seu próprio consumo. O processo é bem simples e as minhoquinhas fazem todo o trabalho. Eu já expliquei a compostagem várias vezes no meu canal, vê lá! Você também pode assinar algum plano de empresas que fazem a compostagem pra você, como é o caso do Ciclo Orgânico no Rio.

#5 Usar sacos compostáveis para a única lixeira que você terá na sua casa

Depois de eliminar lixeiras, os saquinhos das lixeiras, colocar o material reciclável numa caixa ou direto na lixeira do prédio (se você morar em um) e compostar, sobra uma única lixeira com saco em casa para os rejeitos e o que não puder ser reutilizado, compostado ou reciclado. Aí, você pode comprar sacolas compostáveis pra usar nesse lixo, que vão se decompor como comida em aterros e lixões! E se você está se perguntando se terá que pagar por elas, sim, você terá, mas pensa bem, você já paga direta ou indiretamente pelas dos mercados mesmo, e assim você ainda dá mais valor a essa sacolinha e pensa em como gerar menos lixo no dia a dia pra usar menos sacolas ;)

E aí, gostou? E qual dessas alternativas você pretende adotar? Conta pra mim lá no insta @fecortez ou comenta em um desses vídeos que estão nos links pro nosso youtube.

Até mais!

FE CORTEZ
é ativista ambiental e do amor, idealizadora do @menos1lixo, movimento que enxerga no poder do indivíduo a capacidade de transformar o mundo com conteúdo disponível também no site e no youtube.


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