viva a vagina: o livro didático e bem-humorado que vai mudar a sua vida
Vagina ou vulva? Orgasmo clitoriano ou vaginal? O que sabemos sobre a biologia do prazer? Podem parecer perguntas simples — e talvez você até saiba a resposta —, mas a verdade é que muitas de nós não foram educadas para conhecer os próprios corpos. Foi pensando nisso que as então estudantes de medicina e educadoras sexuais norueguesas Nina Brochmann e Ellen Støkken Dahl se uniram para escrever um livro. “Viva a vagina”, a obra didática e bem humorada da dupla, desmistifica a genitália feminina e conscientiza mulheres sobre a potência de seus corpos desde as grandes lições até os mais complexos pormenores de anatomia.
Quer ver, na prática, por que a publicação é tão importante? Se você voltar lá atrás, quando criança, para sua vida escolar, muito provavelmente lembrará com facilidade das aulas de anatomia. Aprendíamos sobre o aparelho reprodutor de homens e mulheres, sobre concepção — e como evitá-la — e sobre doenças venéreas. Não é extremamente raso que tenhamos aprendido sobre algo tão importante assim? Que nossa sexualidade tenha sido reduzida à reprodução? Que saibamos mais sobre a anatomia masculina do que sobre nossos corpos?
Não tem jeito: esse texto é uma carta cheia de perguntas e provocações. Porque acreditamos que são as indagações que carregam o poder da mudança. E é por isso que o trabalho de Nina e Ellen é tão relevante. Suas jornadas começaram em 2015, com o blog Underlivet. Mesmo na internet, onde, teoricamente, temos acesso a um mar de informações, muitas das fontes informativas que abordam saúde sexual ainda são atravessadas pelo olhar hegemônico patriarcal e machista. Talvez por isso o blog das hoje médicas tenha sido um sucesso. Não somente porque apresentavam informações de qualidade, mas porque rompiam e superavam comportamentos nocivos enraizados socioculturalmente.
“É hora de dar um basta na hegemonia masculina na pesquisa científica.”
Em 2018, as escritoras foram convidadas para estarem no TED falando de um dos maiores mitos acerca da sexualidade feminina: a virgindade. Junto com o clitória, o hímen é uma das maiores incompreensões da anatomia da mulher. A dupla, então, expôs, durante os tradicionais 18 minutos do evento, as falácias que percorrem o tema. Além disso, compartilharam com o público sua missão de capacitar jovens por meio de uma educação sexual que, de fato, ensine, esclareça e empodere.
Conhecimento: essa é a arma que Nina e Ellen usam para devolver às mulheres o controle sobre sua sexualidade. Porque ao conhecer nossos corpos, transformamos nossa relação com a gente mesma. Quando nos amigamos dessa pele que chamamos de casa, passamos a olhá-la de forma mais carinhosa. E aí a viagem, claro, fica muito mais prazerosa também :)
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