Ano que começa e uma nova chance de andar acompanhada de mais mulheres maravilhosas. Hoje vamos falar especialmente daquelas que canalizam sua força em palavras e poesia.
Por muito tempo fomos consideradas apenas musas inspiradoras. Muitas poetas tiveram que usar pseudônimos masculinos e ainda hoje na literatura a participação feminina é menor. Você sabia que durante as primeiras oito décadas de existência da Academia Brasileira de Letras, nenhuma mulher fez parte da instituição? :O
Sim! Ainda bem que estamos mudando isso e florescendo uma literatura forte e única. E como homenagem a esse movimento de transformação, hoje vamos apresentar duas poetas que estão impactando a vida de leitoras pelo mundo todo.
Rupi Kaur e Ryane Leão.
Elas trabalham suas artes nas plataformas digitais, principalmente no Instagram e estão revolucionando o próprio gênero poético, sendo precursoras de um novo movimento de escrita e militância feminina digital. Uma forma inovadora que encontraram de popularizar o gênero e torná-lo mais acessível, como parte do nosso dia-a-dia. Ao ver uma poesia no feed, onde, afinal, passamos grande parte do nosso tempo, estamos nos aproximando ainda mais de temas importantes e essenciais nos tempos atuais. Em um formato livre, com uma linguagem direta e acessível, cada uma, de acordo com suas experiências individuais, trata de temas profundos, como a situação da mulher na sociedade, em uma poesia sincera e que chega direto ao coração.
Vamos conhecer mais sobre cada uma delas?
- Rupi Kaur | Outros jeitos de usar a boca
"Não havia espaço para poesia sobre trauma, abuso, perda, amor e cura pelo olhar de uma mulher imigrante adepta do sikhismo(religião do sul da Ásia ainda cercada de tabus e preconceitos) ".
Por que Rupi conquistou garotas de todas as partes do mundo, figurando por 40 semanas nos Best-Sellers do The New York Times? Indiana radicada no Canadá, a poeta e artista visual de 24 anos já foi considerada “filha perfeita de seu tempo” e “voz de sua geração”. A escritora trata de temas potentes, como perda, traumas, descobertas, mas tudo com uma atmosfera de cura e inspiração.Mas não se engane pela forma livre e “simples” que Rupi escreve, o conteúdo muitas vezes é profundo e incômodo - assim como diversas situações que nós mulheres passamos. Outra marca da escritora são seus poemas visuais, que andam sempre juntos com os textuais: uma dupla infalível - e tudo feito por ela.
Ela diz que uma de suas maiores descobertas foi que“apesar das diferenças culturais, as questões das mulheres são universais”.Talvez por isso que, quando alguém lê Rupi, fica uma vontade quase incontrolável de compartilhar os poemas com as amigas, a mãe, ler em voz alta pro namorado ou namorada, postar nas redes sociais. É porque ela traduz muitas coisas que aprendemos recentemente sobre ser mulher, e queremos compartilhar com o máximo número de mulheres possíveis qualquer coisa que nos faça crescer juntas.