o mito da beleza: cinco motivos para você ler a bíblia sobre pressão estética de Naomi Wolf

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As imagens de beleza são usadas contra mulheres. Nos programas de TV, nas campanhas publicitárias, nas redes sociais. Somos bombardeadas diariamente por mensagens sutis — e outras bem escancaradas — a respeito de como nosso corpo deve parecer. A escritora Naomi Wolf, em 1991, já sabia disso. Seu livro, O mito da beleza, teve relançamento no Brasil em 2018 e mesmo depois de tanto tempo depois da primeira edição ainda segue atualíssimo. Aos 26, quando escreveu a obra, a conjuntura que se armava era a Terceira Onda Feminista, marcada pelo evitamento de definições essencialistas da feminilidade feitas pela segunda onda, e que colocava ênfase nas experiências das mulheres brancas de classe média-alta.

Para inspirar sua leitura por aí, a gente quer dar cinco bons motivos para você, caso ainda não o tenha devorado, começar a ler esse título importantíssimo desde já. Vamos?

romper com o ideal inatingível

Imaginários, fantasias, ideias. O padrão de beleza nada mais é do que uma criação feita, justamente, para ser inatingível. É assim que as estruturas patriarcais nos mantêm ocupadas demais com o ideal de beleza e cansadas em demasia para nos preocupar com a nossa liberdade e autonomia. No livro, Wolf traça essa linha de pensamento com maestria. É o tipo de informação que a gente precisa aprender para passar pra frente, sabe?

escolher de forma consciente para onde vai o seu dinheiro

O mito da beleza, esse ideal inatingível que falamos ali em cima, serve a um projeto econômico — quanto mais odiamos nossos corpos, mais o mercado e a indústria lucram — e a um projeto político, já que tem por objetivo nos enfraquecer e, com isso, diminuir nosso poder. Pare e faça uma conta rapidinha, pode ser de cabeça mesmo, dos seus gastos com produtos e procedimentos estéticos. Quantos desses gastos são de fato por você e quantos são por pura pressão sociocultural? Eles têm medo que a gente invista nosso dinheiro naquilo que é capaz de nos empoderar ainda mais, nos tornar ainda mais autônomas e cheias de conhecimento. É claro que você pode continuar comprando máscara de cílios, tá bem? Não é sobre isso e a gente também ama um #olhotudo. É mais sobre fazer as escolhas que, de fato, queremos. E não fazê-las porque, caso não, nos sentiremos fora de algum conceito imposto.

tempo, tempo, tempo

Quanto tempo gastamos, hoje, com procedimentos estéticos dos mais variados para que caibamos no padrão? No que é considerado norma? Naquilo que nos fizeram acreditar que é o belo, o desejável? E tá tudo bem se é um tempo que a gente considera bem gasto. Mas, se não é prazeroso, se não nos deixa mais felizes — pelo contrário, ficamos ainda mais angustiadas e ansiosas — por que, então, ainda ocupamos tanto do nosso dia com esses rituais que, muitas vezes, se assemelham a verdadeiras torturas? O nosso corpo é maravilhoso. Ele carrega toda essa maravilhosidade que é estar aqui e agora sendo a gente (ninguém, ninguém mesmo, pode repetir esse feito!). Portanto, que a gente, pelo menos, tente equilibrar nosso tempo entre pequenas coisinhas desagradáveis que têm de ser feitas e um bocado de outras coisinhas incríveis que vão nos alegrar e encher de vivacidade. Um exemplo: menos sofrimento na depilação, e mais horas na praia sem preocupação. Que tal?

cuidar-se como quem cuida de uma amiga

Para atingir aquele ideal inatingível, a mulher precisa estar disposta a sofrer psicológica e fisicamente. Quem de nós nunca ouviu que um pouquinho de dor aqui e ali era o preço a se pagar para ficar mais bonita? Cirurgias, procedimentos invasivos, depilação, cintas modeladoras apertadíssimas, sentir fome, viver de restrições. Os aparatos de controle são inúmeros. Segundo o mito de Wolf, uma mulher deve se recordar de que dói ser mulher. Mas não é pra ser assim, né? Do mesmo jeito que cuidamos de uma amiga e que a queremos bem e feliz, devemos olhar para nosso corpo e nossa vida com o mesmo afeto desprendido às nossas. A gente sabe que você consegue, :)

escolher o que você quiser ser

Se sabemos que o ideal, por natureza, é inatingível e que ele serve para manter as estruturas de dominação, pressão e opressão contra corpos femininos, então a gente pode pegar esse mito e redefini-lo como bem entendermos. Já pensou que libertador se cada menina e cada mulher, um pouquinho por dia, conseguir se aceitar? Já pensou que revolucionário seria se nós mesmas traçarmos nossos ideais?

Que possamos, um passo de cada vez, sonhar com esse outro mundo possível. É uma luta e tanto, a gente sabe, mas que requer uma prática constante de desconstruir o olhar com o qual nos ensinaram a enxergar. E para isso, você pode começar com essa leitura preciosa. Se mergulhar nela, marca nosso perfil lá no Instagram? Assim acompanhamos esse clube de leitura da pantys se formando na rede <3


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