Ter uma relação saudável com a menstruação é essencial — e isso começa antes mesmo da primeira menstruação, chamada de menarca. Falar sobre o ciclo menstrual com naturalidade é um passo importante para quebrar tabus e construir conhecimento sobre o próprio corpo.

A menarca é a primeira menstruação e um marco significativo na vida de qualquer mulher. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ela pode ocorrer entre os 9 e 16 anos, sendo a média brasileira de 12,5 anos.

Estudos mostram que a idade da menarca tem diminuído nas últimas gerações, um fenômeno associado a fatores como obesidade infantil e exposição a disruptores endócrinos — substâncias presentes, por exemplo, em plásticos com bisfenol A.

A menarca faz parte da puberdade, um período cheio de transformações físicas, emocionais e sociais. É natural que surjam dúvidas e até inseguranças. Por isso, entender o que está acontecendo ajuda a viver esse momento com mais tranquilidade.

• Pode durar entre 3 e 8 dias.

• É comum que seja irregular nos primeiros meses ou até anos.

• O ciclo pode demorar para se estabilizar. Em média, leva até dois anos para se tornar regular.

• Com o tempo, é esperado que a menstruação aconteça em intervalos de 25 a 35 dias.

Se a puberdade já deu seus sinais (como o aparecimento de broto mamário, crescimento de pelos e mudanças de comportamento), é hora de abrir o diálogo sobre menstruação. Falar sobre absorventes, higiene, TPM e emoções ajuda a naturalizar o assunto.

Algumas dicas práticas:

• Ensine como usar absorventes.

• Tenha absorventes ou calcinhas menstruais à disposição — no banheiro ou na mochila.

• Explique que sentir cólica, inchaço ou variações de humor pode ser normal (mas que também é possível procurar ajuda médica, se necessário).

• Apresente as calcinhas absorventes como uma alternativa prática, ecológica e reutilizável!

A primeira menstruação também marca o início da vida fértil. É importante oferecer informações claras sobre vida sexual responsável, prevenção de gravidez e ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).

E sempre respeite o tempo e a privacidade da menina: ela decide se quer ou não compartilhar esse momento com outras pessoas.

Infelizmente, no Brasil, 1 em cada 4 meninas deixa de ir à escola durante a menstruação por falta de acesso a absorventes, itens de higiene básica e informação. Apoiar iniciativas que combatem a pobreza menstrual é essencial para garantir dignidade e igualdade de oportunidades.

Um beijo,
Dra Dani